Administra??o pública tupiniquim: reflex?es a partir da Teoria N e da Teoria P de Guerreiro Ramos

摘要

O objetivo deste ensaio teórico é promover uma reflex?o acerca da administra??o pública brasileira contemporanea sob o enfoque da Teoria N e da Teoria P de Guerreiro Ramos. Após a recupera??o dos pressupostos de cada abordagem proposta por Ramos, buscou-se alinhá-las a diferentes teorias de administra??o pública. A administra??o pública gerencial, conhecida no ambito internacional como nova administra??o pública, foi introduzida no Brasil no governo Fernando Henrique Cardoso por meio da Reforma do Estado. Tal qual foi planejada, a administra??o pública gerencial caracteriza-se como Teoria N, uma vez que está imbricada pela for?a da estrutura e pela racionalidade instrumental. Todavia, por esbarrar em características culturais, tais como o autoritarismo, o personalismo e o coronelismo, esse modelo n?o foi plenamente desenvolvido no Brasil, sendo relativizado em sua aplica??o prática. Assim, tornou-se uma hibridiza??o de diversos modelos de gest?o, unindo características do patrimonialismo, da burocracia e do gerencialismo, bem como indícios de gest?o social. Essa hibridiza??o institui, na verdade, um novo modelo de gerir a coisa pública, formando o que se denomina administra??o pública tupiniquim, que se figura como uma administra??o pública flexibilizada, que absorve elementos de vários modelos e experiências ao longo da história no Brasil e no exterior. Desvendar os elementos que comp?em a "administra??o pública tupiniquim" como uma verdadeira possibilidade objetiva alinhada à tipologia da Teoria P de Guerreiro Ramos é o que se busca mostrar neste ensaio teórico.