O principal objetivo deste projeto visou a análise dos materiais utilizados na produção de moldes de fabricação de vidro de mesa da empresa Crisal, Cristalaria Automática SA, com o propósito de identificar propostas de melhoria no desempenho dos mesmos, conducentes a uma melhoria da qualidade das peças finais de vidro. Para tal, foi realizado um estudo das características exigidas pelo processo de fabrico prensado em moldes de abrir, escolhido pela organização (Crisal), e que foi de entendimento ser a tipologia mais indicada para a intervenção. Neste estudo verificou-se que a execução de moldes no material AISI 314 H525, para encomendas de enormes quantidades ou encomendas onde a máxima qualidade das peças de vidro seja imprescindível para os clientes, é uma vantagem competitiva para a empresa. O material AISI 630 V174, poderá ser uma vantagem, apenas para encomendas de grandes quantidades, uma vez que as peças de vidro não apresentam tanta qualidade como as produzidas em moldes no material AISI 314 H525. Para séries inferiores, a alternativa é continuar a produzir moldes com o material utilizado atualmente, AISI 431 N350, mesmo que a opção seja adquirir esse material noutro fornecedor. A análise incidiu em 16 materiais diferentes, sempre tendo como foco a melhoria da qualidade das peças finais de vidro e o incremento da capacidade do material dos moldes resistir ao desgaste ao longo da sua vida útil através da redução da necessidade de reparação da ferramenta moldante existente ou da execução de novas. Após a seleção desses materiais mediante o método AHP, foram solicitadas a vários fornecedores amostras dos 4 materiais com maior pontuação obtida por esse método. Com essas amostras, realizaram-se ensaios de flexão em 3 pontos e ensaios de análise mecânica dinâmica (DMA). Através desses ensaios conclui-se que o material que apresenta maior resistência à flexão e à tração é o AISI 630 V174. Posteriormente foram produzidos 4 moldes da haste A68 num fornecedor exterior, utilizando cada um dos diferentes materiais selecionados, com vista à realização dos ensaios industriais. Foram realizados três ensaios industriais para execução da haste, tantos quantos permitidos pelo plano anual de encomendas da organização. Durante os ensaios industriais registaram-se as temperaturas em diferentes zonas dos moldes e em diferentes posições da máquina de moldação, bem como a reação dos moldes a ciclos e cadências normais de fabrico, nomeadamente o seu comportamento mecânico, térmico e o desgaste dos moldes. Através destes ensaios verificou-se que existe uma zona da máquina de moldação que apresenta maiores temperaturas que as outras duas e uma zona do molde que apresenta temperaturas mais elevadas em toda a fase do ciclo produtivo. Foram também realizados ensaios de dureza Rockwell antes e após cada ensaio industrial, onde se verificou que o material que consegue manter os valores de dureza mais constantes, ao longo dos vários ensaios industriais a que foi sujeito, é o AISI 431 VAL4. O material AISI 314 H525 apresentou valores de dureza desprezáveis, com valores inferiores a 20 HRC. Foi ainda analisada a qualidade final das peças de vidro através de controlo de defeitos e de pesagem tendo as peças produzidas pelo material AISI 314 H525 apresentado a melhor qualidade final. Adicionalmente foi analisado a cavidade de um molde de iniciar produzido no material utilizado atualmente pela Crisal, o AISI 431 N350, onde se observaram vários defeitos que originam defeitos nas peças finais de vidro.
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