As perdas pós-colheita representam alto custo ao setor comercial e ocasionam impactos ambientais negativos. A destina??o ambientalmente inadequada de resíduos organicos é uma quest?o problemática no Brasil, onde mais de 50% dos seus resíduos totais s?o com estas características e menos de 2% destes s?o reciclados por meio de compostagem. Há escassez de informa??es sobre perdas pós-colheita e destina??o de resíduos organicos para vários estados brasileiros, notadamente o Piauí. Desse modo, objetivou-se realizar um levantamento do perfil socioecon?mico, cenário de comercializa??o, perdas pós-colheita, descarte e destina??o final de frutas em segmentos comerciais de Teresina (PI). Para isto, realizaram-se entrevistas em 10 supermercados, 20 estabelecimentos da Ceasa e 40 feirantes de duas feiras livres, através de um questionário composto por 40 perguntas objetivas. Constatou-se que o cenário de comercializa??o apresenta frutas oriundas de outros estados (95%), principalmente do Ceará, escoadas em vias asfaltadas através de caminh?es de carga coberta com lona. Essas ficam geralmente de 1 a 5 dias expostas para comercializa??o, com escassos/ausentes investimentos para conserva??o. Os supermercados ofertam entre 157 e 2450 kg semana-1; Ceasa, 1 e 364 kg semana-1; feiras livres, 2 e 450 kg semana-1. As perdas altas foram expressivas nos três segmentos: feiras livres (91%), supermercados (64%) e Ceasa (45%). Para frutas climatéricas, mam?o ‘Formosa’ é o mais perdido nos supermercados (16%), ao passo que abacate na Ceasa (15%) e goiaba nas feiras livres (37%). Entre as frutas n?o-climatéricas, a uva verde é a mais perdida, com destaque à ocorrência em feiras livres (26%). Essas perdas s?o descartadas separadamente de outros resíduos, destacadamente em supermercados (100%). A grande parte desses resíduos organicos (55 a 60%) apresenta destina??o final ambientalmente inadequada, pois s?o encaminhados para o aterro controlado independente do segmento estudado. Há necessidade de melhor capacita??o e conscientiza??o dos comerciantes quanto à ado??o de boas práticas pós-colheita, gerenciamento da atividade comercial e educa??o ambiental, como forma de reduzir prejuízos financeiros e impactos ambientais.
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