Prevalência de infec??es congênitas e perinatais em gestantes HIV positivas da regi?o metropolitana de Belo Horizonte

摘要

OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, hepatites B e C e sífilis (Torchs) em uma coorte de gestantes, bem como identificar os fatores sociodemográficos, clínicos e laboratoriais.MéTODOS: Entre 1998 e 2013, foram atendidas 1.573 gestantes com sorologia positiva para o HIV em área metropolitana do Brasil, das quais 704 (44,8%) foram submetidas a algum dos testes sorológicos. Gestantes Torchs positivas (Gtp) foram consideradas aquelas com resultado positivo para uma dessas infec??es, e gestantes Torchs negativas (Gtn) aquelas com resultados negativos para todas elas. As variáveis maternas investigadas foram: idade, estado civil, escolaridade, momento e forma de contágio da infecc??o pelo HIV, contagem de linfócitos TCD4+, carga viral plasmática do HIV próxima ao parto e uso de terapia antirretroviral durante a gesta??o. As variáveis neonatais investigadas foram ocorrência de: transmiss?o vertical, prematuridade, baixo peso ao nascimento, complica??es fetais, aborto e óbito fetal. Foram utilizadas raz?es de chance com intervalo de confian?a de 95% para quantificar a associa??o entre as variáveis maternas e neonatais e a presen?a de Torchs.RESULTADOS: Entre as 704 gestantes, 70 (9,9%; IC95% 7,8-12,4) tinham alguma sorologia positiva para Torchs. Foram encontradas taxas: 1,5% (10/685) para a toxoplasmose; 1,3% (8/618) para rubéola; 1,3% (8/597) para citomegalovirose; 0,9% (6/653) para hepatite B e 3,7% (20/545) para hepatite C; e 3,8% (25/664) para sífilis. A transmiss?o vertical do HIV entre as gestantes Gtp foi 4,6% e de 1,2% entre as Gtn. As variáveis associadas à presen?a de Torchs na análise univariada foram: uso de terapia antirretroviral, transmiss?o vertical do HIV, baixo peso ao nascimento e complica??es fetais.CONCLUS?O: A prevalência das Torchs mostrou-se elevada para algumas infec??es. Conclui-se que é importante manter o rastreamento de Torchs na gravidez, especialmente nas gestantes HIV positivas, para que se possa estabelecer diagnóstico e tratamento, e/ou medidas preventivas para evitar a transmiss?o materno-fetal.