Condi??es de adapta??o e venda de lentes de contato em óticas do estado de S?o Paulo

摘要

Objetivo: Avaliar as condi??es de adapta??o e venda de lentes de contato (LC) em óticas de quatro cidades do Estado de S?o Paulo, Brasil. Métodos: Realizou-se estudo por meio de respostas a um questionário aplicado por quatro estudantes de Medicina em óticas situadas em várias cidades do Estado de S?o Paulo. Foram obtidos dados sobre a necessidade da apresenta??o de receita médica para a compra das LC, os tipos de LC vendidas/adaptadas, o profissional que orienta a venda e/ou adapta??o, os equipamentos usados no teste de tolerancia, a conduta do cliente diante de complica??es quando da adapta??o da LC ou durante o uso, orienta??o quanto a possíveis sinais e sintomas de perigo, as doen?as que contra-indiquem o uso e a higiene do usuário, as horas de uso e a possibilidade de pernoite. Resultados: Das 198 óticas pesquisadas, 121 (61,11%) vendem LC. N?o foi necessária receita médica para a compra das lentes em 112 óticas (92,56%), sendo que nessas, a gradua??o era determinada pela medida dos óculos em 69 (61,61%) casos e por relato verbal em 28 (25,00%) casos. Quanto aos equipamentos, 102 (91,07%) óticas possuíam lens?metro; 41 (36,61%) possuíam cerat?metro e 14 (12,50%), lampada de fenda. Lentes descartáveis hidrofílicas foram encontradas para venda/adapta??o em 66 (54,55%) óticas; lentes hidrofílicas de uso prolongado ou diário em 68 (56,20%) e lentes rígidas, em 54 (44,63%). Em 103 (85,12%) óticas, foram feitos testes de tolerancia, sendo os responsáveis pelo atendimento e pela monitoriza??o dos testes os profissionais autodenominados contatólogos em 78 (64,46%) dessas óticas, balconista em 20 (16,53%), óptico em 12 (9,92%) e oftalmologistas em 9 (7,44%). Quanto às complica??es na adapta??o, em 66 (54,55%) óticas, afirmou-se que elas só ocorreriam, se evidenciadas no teste de tolerancia; em 35 (28,93%), aconselhou-se tratamento com oftalmologista e em 20 (16,53%), sugeriu-se o retorno à ótica para indica??o de tratamento. Em apenas 15 (13,39%), o profissional orientou quanto à possível sintomatologia de perigo e em 13 (11,61%), preocupou-se com doen?as que contra-indicassem o uso de LC. Em 105 (93,75%) óticas, a orienta??o foi insuficiente em rela??o à higiene com as LC, às horas de uso e à possibilidade de pernoite. Conclus?o: Das 198 óticas pesquisadas, 61,11% vendem lentes de contato, sendo que em 92,56% n?o foram solicitadas receitas médicas; 14,88% n?o fizeram qualquer tipo de teste de tolerancia e as óticas restantes (85,12%) fizeram testes normalmente insuficientes para detec??o de altera??es induzidas por LC. N?o houve preocupa??o com contra-indica??es, sinais e sintomas de perigo nem avalia??o de possíveis complica??es pela presen?a das LC e conduta em caso de sua ocorrência, além dos cuidados mínimos de higiene durante o teste de tolerancia. O profissional responsável pela adapta??o (autodenominado contatólogo, balconista, ótico; ou oftalmologista) n?o forneceu orienta??o adequada sobre o uso e, em muitos casos, n?o deu orienta??o em rela??o à higiene.