Este artigo argumenta que grande parte da violência policial no mundo, em especial no Brasil, tem se tornado invisível, a despeito do caráter público dos homicídios policiais. As ideologias sobre ra?a e criminalidade ocultam mortes de pobres e negros sob a justificativa de que elas s?o uma resposta ao aumento do crime entre certos grupos da popula??o. As organiza??es policiais, mediante opera??es militares nas favelas, caracterizam essa violência como uma "guerra contra o crime", em que os delinquentes s?o mais numerosos e armados que os "bons" policiais e cidad?os. A mistura entre policiamento público e privado torna difícil determinar qual das entidades de controle social provocou essas mortes, particularmente por conta da participa??o de policiais em servi?o e fora de servi?o nas empresas de seguran?a privada. Nesse processo, a seguran?a tem se convertido em uma mercadoria que separa os pobres dos ricos e os criminosos dos n?o-criminosos. Apesar de os pobres precisarem mais dos servi?os da polícia do que os ricos, eles s?o percebidos como classes perigosas a serem controladas. Por sua vez, os ricos que podem comprar seguran?a privada utilizam-na para se proteger daqueles que s?o vitimizados pela seguran?a pública.
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