Neste artigo discutimos a visão da Igreja Católica sobre sexualidade na interface com a epidemia do HIV/AIDS. Nossa reflexão está embasada em pesquisa etnográfica que envolveu dois meses de observação participante do cotidiano de católicos de um bairro popular da Região Metropolitana do Recife, além de contar com entrevistas a onze dos leigos engajados nos serviços religiosos da igreja do bairro e a oito sacerdotes que realizam seus trabalhos religiosos em outras localidades. Nelas abordamos diferentes temáticas relacionadas ao enfrentamento da epidemia da AIDS. Nesse contexto, conjugalidade e fidelidade se afiguram como importantes analisadores de como aqueles lidam com a epidemia, em uma variedade de re-descrições práticas e de re-interpretações conceptuais das assertivas do discurso moral religioso – ainda que, muitos impasses permaneçam em aberto em termos das prerrogativas da Igreja e seus possíveis rebatimentos na saúde sexual dos adeptos.
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